Releitura da revista paper, edição de inverno 2014, inspirada na era espacial dos anos 60 e no pop arte. O Trabalho foi desenvolvido em 2016 para as disciplinas de Historia da moda e Teoria estética do design. 
Apresenta inspiração no Pop Art e na Era Espacial.
Equipe: Henrique Fumaneri, Lycia Anghinoni e Renata Turek
Fotografia: Henrique Fumaneri
Edição: Renata Turek
A partir de uma apropriação da capa da revista Paper, edição de 2014, protagonizada por Kim Kardashian, verificou-se através da teoria crítica dois produtos da cultura de massa,  a Coca-Cola, a socialite Kim Kardashian West e seus efeitos na sociedade. Ambos vendem um universo ilusório. Tanto Coca-Cola quanto Kim Kardashian vendem em sua publicidade a ideia de felicidade.

Conhecida mundialmente por seu corpo escultural e por seu vicio em selfies Kim Kardashian está sempre causando polêmica na internet. Na edição de inverno de 2014 a revista Paper trouxe na capa a modelo e tudo que a mesma representa. O fotógrafo Jean-Paul Goude recriou um de seus trabalhos mais conhecido, “Champagne Incident” de 1976. A foto foi o complemento perfeito para a manchete "BREAK THE INTERNET KIM KARDASHIAN".

Durante o processo de realização do trabalho de pop art foi necessário alterar alguns elementos da foto original, para representar melhor o kitsch.
A champanhe foi substituída pela Coca-Cola. Por mais atrativa que champanhe seja, a mesma não atinge um grande publico quanto a Coca-Cola.
O vestido também foi modificado para se adequar ao conteúdo estudado no bimestre. Representado o space age, uma das principais referências da socialite e conteúdo estudado em história da moda, através de sua modelagem e do tecido utilizado.
“Quanto maior a perfeição de suas técnicas duplicam os objetos empíricos, mais fácil se torna hoje obter a ilusão de que o mundo exterior é o prolongamento sem ruptura do mundo que se descobre no filme” (ADORNO 1947).

O filme citado por Adorno poderia ser substituído pelas redes sociais, pelos comerciais e até pelos reality shows. É difícil separar o que foi ensaiado daquilo que não foi. No programa 'Keeping up with the Kardashians', Kim e sua família prometem mostrar seu dia a dia de forma transparente, mas já sabe-se que as filmagens são agendas. O mesmo ocorre nas redes sociais, apesar da proposta de uma rede social ser de comunicação a socialite utiliza para se promover. A Coca-Cola também faz uso das redes sociais para promover seus produtos.

“Ele quer representar a ilusão, não a realidade. Os produtos do kitsch conduzem a um universo ilusório de sonhos e fantasias, num dúbio contramundo do cotidiano (glamour, riqueza, felicidade barata). Em vez de compreensão, o kitsch fornece comoção, sentimentalidade e happy end.” (SCHNEIDER 2010).

O happy end sempre foi utilizada pela Coca-Cola, propagandas que mostram pessoas sorrindo acompanhado da garrafa, a mesa cheia de familiares ou muitos amigos ao redor do refrigerante sempre fizeram parte da divulgação da marca. Além disso seus slogans marcantes também fazem referência a felicidade de se tomar Coca.
Já Kim Kardashian gosta de mostrar sua vida glamurosa, tudo mostrado por ela no Instagram e Snapchat é muito luxuoso, desde as festas e desfiles que vai até o tempo que passa com os filhos. E tudo isso pode ser vivido pelos fãs em seu jogo, 'Kim Kardashian: Hollywood', onde todas as roupas icônicas e férias ficam disponíveis no mundo virtual.

“Os produtos da indústria cultural podem ter a certeza de que até mesmo os distraídos vai consumi-los abertamente.” (ADORNO 1947).
Apesar das crescentes divulgações dos efeitos da Coca-Cola a companhia reportou um lucro líquido de US$ 1,237 bilhão no quarto trimestre de 2015, enquanto isso, desde que foi lançado em junho de 2014 o aplicativo 'Kim Kardashian: Hollywood' já foi baixado 45 milhões de vezes e gerou U$160 milhões, além disso a estrela ainda conta com o aplicativo kimoji, com as marcas DASH e Kardashian Beauty e faz parte do elenco principal de Keeping up with the Kardashians, isso sem mencionar suas inúmeras parcerias.
Conclui-se que seus altos lucros mostram a influência não só desses produtos mas também de um sonho comum, a felicidade. Apesar de não serem fundamentais conseguem se manter no mercado, vendendo um refúgio e prazer provisório.
"(…) A racionalidade técnica hoje é a racionalidade da própria dominação. Ela é o caráter compulsivo da sociedade alienada de si mesma " (ADORNO 1947).
Tal racionalidade produz necessidades que são consumidas como algo prazeroso assim manipulando a massa. O happy end da Coca-Cola e o estilo de vida de Kim são exemplos dessa necessidade.
Nota-se que o desejo momentâneo do ser humano é aproveitado pela indústria cultural para obter lucros exorbitantes.
Space Age
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